sábado, 10 de abril de 2010

Informativo Perseguição news

Paraibuna – cidade de gente bonita*

Ninguém chega a lugar algum sem antes passar por Paraibuna – cidade de gente bonita, nem que seja só pra usar o banheiro do Terminal Rodoviário. Foi assim que começou a carreira de um grande ídolo da música brasileira.
Há cerca de 50 anos atrás ninguém acreditaria que um rapazinho manquitóla, que chegou “apertado” com vontade de usa o banheiro chegaria tão longe no cenário musical, ocupando o trono de Rei da música e o topo das paradas de sucesso.
Tudo começou quando Roberto Carlos resolveu “montar” em seu calhambeque e curtir a noitada da Ponta da Praia, bairro nobre de Santos que em meados da década de 60 tinha uma das melhores baladas do país.
Depois de beber algumas doses de chá de Santo Daime, mesmo sabendo que aquilo era imoral, ilegal e poderia engordar, Roberto Carlos passou pelas curvas da estrada de Santos, já um pouco tonto, ele corre demais e de repente para na contramão, não teve como fazer nada, quando um caminhão que subia a serra a milhão passou por cima da caranga de Roberto, decepando a perna do baladeirinho.
As pessoas que passavam pelo local não paravam para prestar socorro, o acidentado pedia ajuda até para Jesus Cristo, mas parecia que todos estavam surdos, era uma estupidez, era terrível, só restou a Robertinho ficar sentado à beira do caminho a espera de um help. A essa altura o caminhoneiro já havia ido embora sem prestar socorro, não parou nem mesmo para oferecer um cigarro, pois sabia que ali era proibido fumar. Roberto Carlos olhava além do horizonte e não enxergava nada, o chá ainda fazia efeito. Isso era apenas um detalhe, pois ele sabia que era preciso saber viver, mesmo com todas aquelas emoções, e naquela tarde forma muitas emoções, a maior de todas foi ser socorrido por uma mulher pequena cujo nome era, Lady Laura, e que descia a serra no lombo de um cavalo e levou RC até a Santa Casa de Santos na cavalgada. No dia seguinte, Roberto, recebeu alta e uma muleta de presente.
Traumatizado com toda aquela situação, Roberto Carlos prometeu para si mesmo que nunca mais passaria pela estrada de Santos, e por isso teria que voltar pela SP-50 e posterior, Rodovia dos Tamoios. Sua vida começou a mudar no momento em que o busão da Passado Marrom parou em Paraibuna – cidade de gente bonita para que os passageiros pudessem usar o banheiro do Terminal Rodoviário. RC, após fazer uso do mictório, se debruçou no balcão da padaria e distraído com um exemplar do Diário do Grande Varjão pediu um pingado e um pão com manteiga na chapa, sem mesmo olhar para a balconista. Quando ela foi lhe entregar o pedido, Roberto ficou paralisado com tanta beleza, nunca em toda sua vida havia se deparado com uma mulher tão bonita, sensual e encantadora. Se no dia anterior só aconteceram coisas ruins, no dia seguinte tudo se inverteu e parecia que o baladeirinho manquitóla encontrara a mulher de sua vida. Regina do Ceni-val, era muito tímida e recusou o guardanapo engordurado pela manteiga com o número do celular de Roberto Carlos. Isso fez com que ele desistisse de voltar para Capital e ficasse hospedado no Hotel Central, até conseguir descobrir alguma forma de chegar naquela mulher, mas Regina não dava chances para o manquitólinha e foi assim durante uma semana, até que ele a pediu em namoro e ela disse que nunca em sua vida namoraria com um manco, Gerardão da Onça e Paulinho da Cadeira de Rodas também já haviam tentando, mas não obtiveram sucesso.
Desesperado RC teve a genial ideia de fazer uma música para Regininha e quando mostrou a ela foi amor a primeira melodia, Regina gostou muito e aceitou dar uma chance para o manquitólinha que aquela altura já havia alugado uma perna mecânica para não fazer feio com a nova namoradinha.
O namoro não durou muito tempo, RC se lançou na carreira de cantor e com o sucesso da Jovem Guarda trocou Regininha pela Ternurinha, aquilo foi um baque para a paraibunense. Até hoje Regina lamenta o ocorrido, mas mesmo com um pouco de ódio no coração ela é fãzona do Reizão, tem vários discos autografados do ex-namorado e hoje, somente amigo.
Sempre que pode, RC passa por Paraibuna – cidade de gente bonita para rever alguns amigos e principalmente o grande amor de sua vida Regina Rennó. No final do ano o Rei convidou Regina para ser sua Rainha em um cruzeiro marítimo, mas ela o dispensou, batendo o telefone na sua face. Mesmo com uma perna só o Rei continua correndo atrás.

*conteúdo exclusivo do informativo Perseguição news # 0005 Abr de 2010.

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