quarta-feira, 6 de julho de 2011

Arraiá pra dar no saco

Para ler ouvindo: Fotografista, com Trem da Viração do CD Levanta a Poeira de 2002.


Meio de ano é phoda. Esse monte de arraiá enche o saco, é arraiá de escola, arraiá de igreja, arraiá da turma do serviço, arraiá da cadelinha da mão torta, arraiá da cachaça com feijão, arraía da casa do Charéba... Arraía pra todos os gostos, pra todos os tipos de caipiras: os de verdade, os moderninhos, os que se acham caipiras –mas falam como paulistanos, né manooo. Todo mundo que participá de um arraiá, bebe e come pra cacete, e o tal do bolinho caipira você só encontra nessa época, em outubro por exemplo não se acha bolinho caipira em lugar nenhum, tipo o peru de “Natal”... Porque não assar um peru em um fim de semana com a família no mês de março ou setembro? E ainda tem gente que não enjoa dessas festas juninas, julinas, agostinas. Tem nêgo que faz esses arraiás toda semana, faz na sala, no quintal, na casa dos outros, na praça... E essas pessoas ainda se vestem como caipira. As mulheres fazem tranças nos cabelos, usam vestidinho florido e fazem pintinhas nos rosto (isso é clássico, se não tiver pintas na bochecha não é caipira), os homens usam chapéus de palha, fazem bigodinhos, e usam camisas xadres, pintam os dentes pra fingir que não tem, usam botina e uma porra de uma calça com uns paninhos costurados no joelho e no “tóba”. Fala a verdade, quando é que você viu um caipira com um remendo de outra cor na calça, ainda mais bunda???
Quem conhece um caipira de verdade, tipo o Barretinho, um cara que mora na roça, gente humilde de verdade, sabe que as roupas dele não são assim... O cara anda bem arrumado, ainda mais se for convidado para um casamento. Esse monte de arraiá é tudo papagaiada, essa tal de quadrilha não existe por aqui, quadrilha só têm em Brasília, por aqui as coisas são bem mais lights. Dá-lhe Barretinho, o cara mais “phoda pra caráio” que eu conheço. Meu verdadeiro ídolo, sou seu fã!!!

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